MÉTODOS DE ENSINO DE JESUS
Isis Nascimento da Silva
RESUMO
Dentre os
títulos de tratamento mais frequentemente aplicados a Jesus nos Evangelhos,
podemos destacar o termo “mestre”. O ministério de Jesus foi, sobretudo, o do
ensino. Jesus, por onde passava, criava situações que visavam o aprendizado
daqueles que o cercavam e seguiam. Os
Evangelhos estão repletos de referências ao ensino de Jesus, e o conteúdo do
seu ensino não dizia respeito apenas à salvação, mas também à justiça; isto é,
Ele não estava preocupado apenas em ensinar as pessoas a obterem a salvação,
mas igualmente procurava ensiná-las a viver. O presente texto tem como objetivo
fornecer informações sobre a metodologia que Jesus frequentemente usava com os
seus discípulos e interlocutores. Ele ensinava com clareza e objetividade as
coisas concernentes ao reino de Deus. O ministério de ensino desenvolvido por
Jesus revela o Seu desejo de que os Seus seguidores entendessem o conteúdo de
sua fé e progredissem em conhecimento espiritual.
Palavras-chave:
Ensino. Mestre. Evangelho. Metodologia. Exemplo.
INTRODUÇÃO
O ministério de
Jesus teve abrangência total em todas as áreas da vida humana. Para atender às
necessidades do povo, Jesus fazia três coisas: ensinava, pregava e curava (Mt
9.35).
Ele preocupou-se
com o ensino, da mesma forma como fez com relação à pregação do reino de Deus.
Também se
preocupou em minimizar o sofrimento das pessoas curando-as, libertando-as e consolando-as.
Seus
ensinamentos eram de tal maneira ministrados, que todos os ouvintes ficavam
perplexos e maravilhados pela convicção, sabedoria e autoridade como os
transmitia (Lc 4.32).
Pela pregação
Ele anunciava as boas novas de salvação; pelo ensino, edificava a fé dos que
criam, e pelos milagres, manifestava Seu poder, Sua divindade e glorificava ao
Pai. Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado à Igreja (Mt 28.19;
Mc 16.15,18).
1JESUS
FOI O GRANDE MESTRE
A mensagem de Cristo
era a expressão da autoridade de um ensinador autêntico da palavra de Deus,
que, no princípio, criou o Universo, e tem poder para estabelecer uma nova vida
naquele que recebe com fé e obediência.
Das 90 vezes que
alguém se dirigiu a Cristo nos Evangelhos, 60 vezes Ele é chamado de “Mestre”.
Tornou-se conhecido como Mestre, mesmo por aqueles que não demonstravam
simpatia por Ele, graças à Sua sabedoria e o Seu poder.
Entende-se que a
maior preocupação quando ensinava era que houvesse, de fato, mudança verdadeira
de comportamento, não só dos discípulos, mas de todos aqueles que criam em Suas
palavras.
Desejava que as
pessoas aprendessem a amar a Deus e ao próximo como a si mesmas (Mc 12.30,31;
Mt 19.19); que soubessem praticar o perdão, a misericórdia e a justiça (Mt 5).
Só assim seriam bem-aventurados.
Instruía
constantemente seus discípulos, quanto à conduta espiritual (Mt 6.33). Como
deveriam orar (Mt 6.9-18) e como deveriam portar-se diante do mundo (Mt
5.13-16).
Usava métodos
diversos para se fazer entendido. Ora ensinava por parábolas (Lc 11.5-10); ora
utilizava motivação visual (Mt 6.25-28); em outra ocasião se valia de um
exemplo (Mc 12.41-44); em outros casos fazia questionamento acerca do assunto
para ouvir respostas (Jo 4.7-26) e acrescentar os seus ensinamentos. Jesus
conhecia a matéria que ensinava e também os seus alunos e o que havia de bom
neles.
Nicodemos disse
a Jesus: “Sabemos que és mestre vindo da
parte de Deus” (Jo 3.2).
Atualmente, à semelhança de Nicodemos, milhares de pessoas afirmam o mesmo em
relação ao Senhor. Aquele fariseu chamou Jesus “Rabi”, que significa um grande
ensinador.
Ele, de fato,
foi o Mestre dos mestres. O Rabi por excelência.
2CARACTERÍSTICAS DO ENSINO DE JESUS
Para ensinar e
também para pregar, Jesus comparecia costumeiramente às sinagogas (Lc 4.14-32;
Mc 6.2), ocasião em que todos se maravilhavam com suas palavras persuasivas.
Além das sinagogas, o Senhor Jesus ensinava e pregava em qualquer lugar onde
tivesse ouvintes: casas particulares (Mc 2.1; Lc 5.17); no templo (Mc 12.35);
nas aldeias (Mc 6.6); às multidões (Mc 6.34); a pequenos grupos e
individualmente (Lc 24.27; Jo caps. 3 e 4).
Mudava o tom da
pregação de acordo com a necessidade de quem ouvia; às vezes com a ternura e a
compaixão daquele que sente a dor e necessidade do próximo; ora advertindo com
indignação; outras vezes com um tom generoso; ou reprovando e profetizando
juízo. Às vezes, em tom solene. Em outros momentos com conversa familiar. Mas
sempre dotado de expressão de amor e de compaixão.
Ninguém jamais
transmitiu ensinos tão profundos quanto aos de Jesus. Seus ensinos foram os
mais simples, e alcançaram todas as classes sociais. As verdades mais profundas
e sérias eram expostas com um caráter de pura revelação dos mistérios de Deus
ao povo humilde. Em frases curtas, expunha as verdades mais profundas a
respeito da Lei e da Graça, do futuro e da eternidade, do Céu e do inferno.
Suas palavras
produziam nos ouvintes o impacto capaz de despertar as consciências
adormecidas, conduzindo-as à realidade dos deveres para com Deus. Foi capaz de
resumir toda a lei e ordenanças do Antigo Testamento em dois preceitos que
ocuparam pequeníssimo espaço (Mt 22.37-40). Ilustrou com parábolas comuns, e os
imprimia na mente e na consciência dos ouvintes, levando-os a confessar: “Jamais alguém falou como esse homem”(Jo 7.46).
Seus ensinos
tinham abrangência universal, pois foram transmitidos para os judeus e todos os
povos, em qualquer lugar e época. Muito longe de serem filosofias complicadas,
seus ensinos apontavam a solução para os problemas de todas as classes, e
vinham ao encontro das necessidades de todos os homens. A clareza de
pensamentos e ilustrações práticas que assinalavam os ensinos de Jesus
tornaram-nos adaptáveis às crianças e aos velhos, a pescadores e mestres da
lei, no Seu tempo e em nossos dias.
3OS MÉTODOS DE ENSINO DE
JESUS
Jesus não
esboçava o Seu ensino em ordem didática. Ele ensinava conforme a ocasião lhe
oferecia a oportunidade. Isto não quer dizer que respondesse ao acaso. Dava
Suas respostas, segundo Sua prévia experiência com Deus e com os homens. Cristo
possuía mente penetrante e célebre em encontrar o centro vital das questões.
Utilizou a
linguagem do povo, fez uso de figuras familiares, comuns e inteligíveis; Jesus
fazia palestras, contava histórias,utilizava frequentemente o método de
perguntas e respostas, utilizava debates e discussões, no Seu ensinonão
especulou e nem falou com arrodeio. Ele ensinava para ter resultados práticos.
Não lidava com hipóteses. Visava o tornar a vida mais eficiente, útil, bela e
pura. Seu falar era franco, para que não houvesse dúvida.
Ele procurava um ponto de contato entre a Sua
mente e o modo de pensar dos que O ouviam. Conduzia o pensamento dos ouvintes
às regiões mais altas. Isto percebemos, essencialmente, na preparação dos
apóstolos. Primeiro, pelo ensino sobre o reino que Ele viera estabelecer.
Segundo, sobre as qualidades do Instaurador do Reino. Era um Mestre
misericordioso, amigo dos pobres e sofredores. Isto lhes ensinou a expulsar os
demônios, curar os enfermos, ressuscitar os mortos e fartar os famintos no
deserto.
As mensagens de
Cristo produziam em seus ouvintes atitudes definidas. Ao Mestre interessava
também a qualidade da Sua palavra. Não deixava os ouvintes em segundo plano.
Ensinava-lhes como usar, na vida diária, o que lhes transmitiu. O ensino era
para Jesus o instrumento e não o fim. Por isso, sua mensagem era precisa,
perscrutadora, penetrante como espada de dois gumes. Suas palavras não
alcançavam só o intelecto dos ouvintes, mas, principalmente o coração. Eles
eram ministrados no poder do Espírito Santo, qual resplendor de luz a dissipar
as trevas das dúvidas, implantando no seu coração profunda convicção da
verdade.
Aos que O
censuravam por comer com publicanos e pecadores, respondeu que os sãos não
precisam de médicos, e sim os doentes (Mt 9.12). Aos fariseus proferiu a
parábola do Bom Samaritano, que lhes ensinou uma grande lição de vida.
Mostrou-lhes que o nosso próximo é todo aquele que precisa de auxílio, amor,
conforto e carinho (Lc 10.25-37).
4A CORAGEM DO
MESTRE
Tem surgido um
sem número de mestres, religiosos ou seculares, sempre prontos a “subornar”
seus primeiros seguidores. Mas Jesus não fez grandes promessas quando começou
seu ministério. Segundo a Bíblia, quando chamava seus seguidores, limitava-se a
dizer-lhe: “Segui-me”(Jo 1.43). Mais surpreendente ainda é o
fato de que Ele não usava qualquer influência para promover Sua causa.
João conta a história de Nicodemos chegando à noite
para visitar Jesus. Ele descreve Nicodemos como sendo “um dos principais dos
judeus” (Jo 3.1). Membro de uma seita religiosa das mais conservadoras, cujo
nome significa “aqueles que são separados”, João tenciona chamar a atenção dos
leitores para o fato de que aquele homem que estava procurando Jesus não era uma
pessoa qualquer.Imaginem que dividendos renderia tê-lo como um dos primeiros a
se converter!Jesus ouviu as palavras gentis de Nicodemos: “Rabi, sabemos que És Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém
pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não estiver com ele”(Jo3.2).Jesus
olhou de frente para aquele líder religioso, competente e conceituado, e
disse-lhe apenas: “É preciso nascer de
novo”. Jesus fez a Nicodemos uma exigência espiritual.
A hora escolhida por Nicodemos para encontrar-se com
Jesus indica que um homem na sua posição havia de sentir-se envergonhado de
ser visto em público com aquele novo rabi controvertido, de nome Jesus.Jesus
poderia ter sido absorvido pela lisonja. Poderia ter dito: “Estou honrado com
sua presença aqui”. Falando da maneira com que falou, Jesus mostrou coragem,
audácia e compaixão. Não se preocupou em ir contra o “sistema” e
nem ridicularizou Nicodemos.
A sociedade recebe de braços abertos os elementos da
igreja que aceitam sem relutância todos os tipos de crença. Nossa cultura é
receptiva aos líderes de igreja que não fazem exigências morais rigorosas. O
mundo atual parece sempre disposto a receber uma cristandade sem força
moral,irresoluta, que vê Deus em tudo e tudo em Deus. Mas esse não é o estilo
de Jesus. O estilo de Jesus exige coragem — para falar a verdade em amor.Se
alguma coisa aprendemos do estilo de Jesus, é que a verdade vem acima de tudo.
Jesus nunca lançou mão de meios escusos para conseguir“vender mais”. Ele não
facilitou as coisas com promessas.Às vezes, chegou mesmo a desencorajar
candidatos a segui-lo,mostrando as dificuldades e o preço do discipulado. Não
desejava queabraçassem a nova fé ignorando o que o futuro reservava para os
seusseguidores.
Não precisamos de mais moralistas na nossa sociedade
atual; omundo está cheio deles. Precisamos, sim, de mestres que nos
conduzamcorajosamente, que conheçam a verdade e a proclamem sem medo.
Nãoprecisamos que nos digam quais são as nossas abnegações; precisamos
dacoragem de Cristo para fazer aquilo que já sabemos muito bem quedevemos
fazer.
5O PERDÃO DO MESTRE
Nenhum outro episódio da Bíblia mostra tão bem o lado
bondoso e perdoador de Jesus como a história da mulher flagrada em adultério (Jo
7.53-8.11).Como aquela mulher deve ter-se sentido acuada em meio a todos
aqueles homens pressionando-a! O medo, a dor e a culpa devem ter sido horríveis.
No entanto, Jesus tratou-a como pessoa e não como objeto.Jesus não repreendeu a
mulher com um sermão a respeito da sua imoralidade, como muitos líderes
poderiam fazer atualmente. Ele não tentou convencê-la dos prejuízos que, com
aquela atitude, ela havia causado a si mesma e à sua família.
Primeiro, ele a aceitou. “Mulher, onde estão àqueles teus acusadores”? Ninguém te condenou? (Jo 8.10). Com isso Jesus mostrou que estava
ciente doseu pecado, sem, contudo, tornar ainda mais pesado seu fardo.Jesus
falou com dureza aos que negavam seus pecados e procuravam esconder suas
falhas. Mas os que já se achavam sobrecarregados de sofrimento e abalados pelo
sentimento das faltas cometidas, a estes, Jesus encorajava. Jesus condenava o
pecado, mas, com toda compaixão,levantava o pecador.
Qual foi a segunda coisa que Jesus fez por aquela
mulher? Ele a perdoou.“Nem eu tão pouco te
condeno; vai, e não peques mais”(v.11). Nessas poucas palavras Jesus disse
tudo que ela precisava ouvir. Fez com que ela soubesse que havia sido perdoada,
mas preveniu-a para não voltar acometer o mesmo erro.
Os cristãos primitivos aprenderam a perdoar através
do exemplo do próprio Jesus. Nos momentos mais sombrios de sua vida, ele
suplicou ao Pai que perdoasse seus executores. Um ano mais tarde, o primeiro
mártir cristão que conhecemos Estevão, fez a mesma coisa.Enquanto estava sendo
atingido por grandes pedras, que lhe tiraram avida orava: “Não lhes imputes este pecado” (At 7.60).O perdão não diz apenas:
“Não tenho nada contra você. Deseja também que o culpado seja perdoado por Deus.
Às vezes achamos muito difícil pedir e desejar de coração que seja assim. Mas,
como Jesus e Estevão nos mostraram, não é impossível”.
6OS COSTUMES E O MESTRE
No Evangelho de João 5.1-15 está registrado algo
notável que Jesusfez. Um homem enfermo por trinta e oito anos, de uma
enfermidade que odeixava inválido, jazia à beira do tanque de Betesda. Jesus chegou
até junto do inválido e perguntou-lhe: “Queres
ser curado?”(V.6.). Ele queria, e Jesus o curou.“E aquele dia era sábado”
(v.9). Depois dacura, o homem pegou o leito onde havia estado por tanto tempo e
saiu emdireção à sua casa.Tão logo os líderes religiosos ficaram sabendo da
cura, não se detiveram um instante sequer para se alegrarem. Ao
contrário,ficaram zangados. E disseram ao homem: “Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito” (v.10).
Na época de Jesus, as instituições religiosas já
tinham se tornado um complexo de regras e regulamentos, que escravizavam as
pessoas. Jesus rompeu com esses costumes. Aos olhos deles Jesus havia cometido
um dos piores pecados. Havia violado a lei do Sabbath, e eles não podiam deixar
passar em branco uma coisa dessas. Jesus tentou mostrar-lhes a diferença entre
fazer bom uso das regras e abusar delas, entre ajudaras pessoas e
escravizá-las, e aproveitou a ocasião para informar aos seus ouvintes do seu
relacionamento exclusivo com o Pai.Esse incidente não foi criado para estimular
as pessoas a desobedecerem às leis constantemente ou para ficarem contra o
“sistema”. Pelo contrário, o que Jesus queria era mostrarmuito claramente que
as pessoas tem prioridade sobre os regulamentos.
Jesus coloca as pessoas em primeiro lugar e os regulamentos em segundo. As necessidades humanas vêm primeiro, as tradições
depois. O reino de Deus vem primeiro — e tudo mais vem depois. As pessoas que
seguem o ensino de Jesus não rompem com tradições só por fazê-lo. Os costumes e
as tradições podem trazer grandes benefícios.Geralmente, foram adotados por
boas razões. Mas quando o costumeinterfere nos interesses e necessidades
humanas, devemos pôr de lado os regulamentos.
7O MESTRE E A VERDADE
Jesus não apenas ensinou que deveríamos dizer a
verdade; ele personificou a própria verdade. Depois de ter sido traído, nosso
Senhor compareceu perante o sumo-sacerdote e foi por ele
interrogado.Interessante notar que, qualquer que tenha sido o tamanho da lista
de acusações feitas contra ele, não consta a de mentiroso. Seus
inimigos disseram que ele havia blasfemado quando disse ser igual a Deus;
disseramque estava possesso do demônio; acusaram-no de trabalhar no dia
sagrado do descanso, porque havia feito uma cura naquele dia. Mas mesmo os
seus piores detratores nunca conseguiram apanhá-lo mentindo — porque elefalava
apenas a verdade.
Precisamos seguir o exemplo de Jesus nesse
particular.Ele falou a verdade, mesmo quando a popularidade exigia
uma mentira. Falou a verdade mesmo quando isso acarretava o risco de
ser abandonado pelas multidões (Jo 6.66). Falou a verdade porque ele é a própria
verdade, e não pode negar a Si mesmo.Para muitos a luta pela sinceridade pode
ser uma batalha para a vidatoda. Isto quer dizer que devem estar sempre alertas,
perseguindo esseobjetivo, tendo, porém, diante de si o exemplo do caminho, a
verdade e avida.
8A GENEROSIDADE DO MESTRE
Um acontecimento que ilustra a atitude generosa de
Jesus Cristo é oepisódio onde ele alimentou os 5.000 (Jo 6.1-14). Jesus pegou o
alimento que serviria de refeição a um menino emultiplicou aquela pequena
quantidade de maneira a alimentar toda amultidão que o havia seguido. Os
autores dizem 5.000 homens, o que talvez signifique que não incluíram as
mulheres e crianças presentes.Esse milagre demonstra a generosidade de Jesus em
prover as necessidades das pessoas. Ele poderia ter mandado a multidão
embora.Poderia ter-lhes prevenido, naquela manhã, que o dia seria longo e que
elesnão teriam alimento. Poderia ter-se omitido — “não é problema meu”.Os
discípulos, que eram realistas, reconheceram que as pessoas deviam estar com
fome, e se preocuparam com elas. Mas do ponto de vistadeles, Jesus não tinha
responsabilidade para com aquela multidão; ele nãohavia chamado ninguém para
segui-lo. Fizeram, portanto uma sugestão sensata: mandar as pessoas para casa
antes que ficasse muito escuro.Quem iria culpar Jesus se ele fizesse isso?
Seria per feitamentenatural para todos. Mas Jesus não os mandou embora; deu-lhes
o que precisavam. E aí está a generosidade de Jesus.Ele dá mesmo quando não
temos direito a reclamações, quando não há razão para pedir, a até quando não
estamos esperando nada.Jesus deu àquelas pessoas o que elas não podiam obter
por si mesmas.Nesse caso, foi alimento. Para o cego em João 9, foi a visão. Na
festa de casamento em João 2, os convidados não tinham razão para esperar
que Jesus lhes desse vinho. Mas Jesus, num ato de generosidade, supriu-os do que
havia de melhor.
CONCLUSÃO
No término do
sermão do monte, Mateus registra o seguinte: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam às multidões
maravilhadas de sua doutrina; porque Ele a ensinava com quem tem autoridade e
não como os escribas” (Mt 7.28,29).
O que distinguia
os ensinos de Jesus com os ensinos dos escribas e fariseus era a autoridade com
que Ele ensinava. A autoridade da mensagem de Cristo era decorrente do fato de
se exemplificar em Sua própria vida. Ele viveu o que ensinou e ensinou o que
viveu. Seus ouvintes entendiam melhor o poder da fé, mais pelo Seu exemplo do
que pelo Seu ensino, pois a Sua vida e Seus feitos demonstravam visivelmente
Sua confiança em Deus, para triunfar em todas as circunstâncias adversas.
Ensinou o valor da oração, e Ele mesmo passava a noite orando (Lc 6.12); o
dever de perdoar, e perdoou solenemente, durante a Sua vida, até a morte.
Lucas, ao relatar a Teófilo o ministério do Mestre, coloca em primeiro lugar a
ação e depois a palavra, ressaltando o que “Jesus fez e ensinou” (At 1.1). Não
eram assim os escribas e fariseus, os produtos do que tinham em mente, eram
destituídos de vida e poder. No entanto, a doutrina de Jesus possuía força de
decreto da autoridade competente. Suas lições eram leis; suas mensagens,
mandamentos.
REFERÊNCIAS
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Antônio Gilberto da.Manual da escola
dominical: um curso de treinamento para professores iniciantes e de
atualização de atualização de professores veteranos da escola dominical. 17 ed.
Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1998. 256 p. ISBN 852630207-8
YOUSSEF,
Michael. O estilo de liderança de jesus:
como desenvolver as qualidades de liderança do bom pastor. Trad. De Ruth
Vieira Ferreira. Minas Gerais: Editora Betânia, 1987. 168 p.
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Walmir. Etapas da vida de jesus. Lições
da Bíblia. Rio de Janeiro, n. 3, p. 35-37, 2005. Trimestral. ISSN
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HOLANDA,
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SOUZA,
Estevam Ângelo de. Jesus cristo: ferido de deus. Lições Bíblicas. Rio de Janeiro, p. 55-59, 1994. Trimestral.
LIMA,
Elinaldo Renovato de. Os ensinamentos de Jesus para o homem atual. Lições Bíblicas. Rio de Janeiro, p.49,
2000. Trimestral.
Muito boa definição do ensino de Cristo, uma grande lição para nós que exercemos o episcopado. Parabéns...
ResponderExcluirParabéns
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